Eleitoras e eleitores com deficiência e mobilidade reduzida foram recebidos na sede do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) para conhecer as ações de acessibilidade para as Eleições 2024. Promovido pela Comissão Multidisciplinar de Acessibilidade (CMA), o evento foi uma oportunidade de aproximar ainda mais a Justiça Eleitoral deste público e reforçar os direitos das pessoas com deficiência no dia da votação.
Mesária desde 2012, a servidora do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Marília Mendonça, de 30 anos, é cega e considera iniciativas como esta essenciais para tornar o trabalho mais inclusivo. “Sempre estou nesse evento e venho acompanhando cada vez mais a evolução da tecnologia nas urnas, que antigamente não tinham o áudio, apenas o teclado em braille”, relatou. “Então, está bem melhor. A acessibilidade dá bem mais autonomia para a gente trabalhar.”
Na ocasião, os participantes foram convidados a testar os recursos de tecnologia assistiva da urna eletrônica. A grande novidade para as Eleições 2024 é a ferramenta de sintetização de voz “Letícia”, que agora informa os cargos em votação, os números digitados e o nome da candidata ou do candidato. O equipamento mostra ainda um intérprete de Libras na tela para auxiliar os eleitores com deficiência auditiva.
O presidente do TRE-PE, o desembargador Cândido Saraiva, participou da mesa de abertura. Em seu discurso, o magistrado destacou que acessibilidade é um direito constitucional para todas as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. “Acessibilidade é, antes de tudo, uma garantia para o pleno exercício de todos os direitos civis, políticos, sociais e culturais de todos os cidadãos”.
“O TRE de Pernambuco tem sido protagonista na implementação de ações que não só contemplem, mas que também promovam uma infraestrutura acessível a todos. Isso inclui desde adaptações arquitetônicas nos locais de votação até o desenvolvimento de tecnologias assistivas, que facilitam o acesso e a compreensão de informações eleitorais”, completou.
Também fizeram parte da mesa inaugural a desembargadora eleitoral Valéria Rúbia Silva Duarte, presidente da Comissão Multidisciplinar Permanente de Acessibilidade; o juiz auxiliar da Presidência, Breno Duarte; o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, Coronel Francisco de Assis Cantarelo Alves; o Superintendente Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência, Marcos Gervásio; o Presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Recife, Paulo Fernando Silva, e o Diretor de Comunicação do Instituto da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Olinda, Tiago Melo. Entre os ouvintes estiveram ainda representantes de entidades e organizações e estudantes com deficiência da Escola de Referencia em Ensino Fundamental e Ensino Médio (EREFEM) Governador Barbosa Lima.
“As pessoas com deficiência, nesse evento que promovemos, nos trouxeram dúvidas, sugestões e críticas para melhorar nosso trabalho. Puderam conhecer os recursos de acessibilidade e testar a urna eletrônica, conhecer o sistema de áudio, as teclas em braille e o intérprete de libras. O evento foi muito bom porque ajudou a criar consciência cidadã em todos que participaram”, enfatizou o coordenador da CMA, Acácio Leite.
Responsável pela apresentação, o coordenador da CMA detalhou a atuação da Justiça Eleitoral de Pernambuco para a melhoria das condições de acessibilidade nos locais de votação. Entre os tópicos abordados estiveram o processo de preparação de mesários e o Guia de Acessibilidade, elaborado pela Assessoria de Comunicação do TRE-PE. Acesse aqui o documento.
Outro ponto reforçado foram os direitos das pessoas com deficiência na hora da votação, como a prioridade na fila da seção eleitoral e a possibilidade de levar um acompanhante. A eleitora Marleide Ferreira de Paula, de 51 anos, é cadeirante e disse ter adorado a explicação. “Foi muito importante o que escutei hoje aqui. Coisas que eu nem sabia como, por exemplo, o direito de ir na frente de todos, de ter a prioridade”, disse. “Foi ótimo.”
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